terça-feira, 17 de maio de 2011

PERSONAGENS DO SAMBA - Ernesto Pires, Rio de Janeiro

Ernesto Pires é cantor e compositor carioca, nascido em Copacabana, numa família de extrema musicalidade, na qual conviveu com a arte desde menino. Com 7 anos de idade, já tocava em bateria de escola de samba no exílio de Brasília, para onde foi com a família e ficou até os 12 anos.

De volta ao Rio, viveu a adolescência no bairro do Rio Comprido, com sua profusão de tipos bem cariocas e blocos de rua. Tocou em todos do “eixo Saens Peña-Largo do Estácio”, como ele mesmo diz. E a música entrou de vez na vida de Ernesto. Participou de festivais e começou a cantar e tocar na noite do Rio e São Paulo.

Na mesma Copacabana em que nasceu, conheceu o Bip Bip, verdadeira trincheira do samba, onde reencontrou amigos como Paulão 7 Cordas e Henrique Cazes, e passou a conviver com talentos como Cristina Buarque, Elton Medeiros e Walter Alfaiate, passando a ser presença e voz constante nas rodas do bar.

Em 2000 lançou seu primeiro CD, "Novos Quilombos", no qual, sem qualquer apoio da chamada indústria cultural, conseguiu reunir preciosidades de compositores como Wilson Moreira, Serginho Meriti, Jurandir da Mangueira, Barbeirinho, Zé Luiz, Bandeira Brasil, Alcino Corrêa, o Ratinho, e até um tesouro perdido do mestre Heitor dos Prazeres, além de três composições próprias.

Passados dez anos, Ernesto lançou seu segundo CD, “Mestiço”, com produção musical de João de Aquino. O tesouro guardado sob a capa desenhada pelo mestre Mello Menezes e fotografada pelo grande Henrique Sodré traz o próprio João de Aquino nos arranjos e no violão, Márcio Almeida no cavaquinho, Carlinhos 7 Cordas no instrumento que lhe empresta o nome, Eduardo Neves na flauta e no sax, Roberto Marques no trombone, Anderson Rocha no piano, Marcelo Caldi no acordeão e as feras Marcos Esguleba, Trambique e Cesinha nas percussões. A mixagem é de Jadir Florindo (ex-Zeca Pagodinho, por exemplo). A apresentação do craque Aldir Blanc fielmente traduz o talento do Ernesto quando diz: “E é tão bonito ver o ramo pejado de orvalho, sangue do samba, florescer na voz e nas composições de Ernesto! São artistas como ele que tiram o samba da agonia...”.

Ainda emprestam talento ao CD os vocais de Cláudia Cruz, Luiza Dionísio, Lysia Leal, Daniel Scisinio, Didu Nogueira e Makley Matos.

Diferentemente do primeiro CD, quando, Ernesto assina a grande maioria das músicas, algumas, com parceiros como Sérgio Fonseca (“Deixe eu ser feliz”), Sérgio Natureza (“Na bateia”), Toninho Nascimento (“Pilão de Baobá”), Délcio Carvalho (“Dar um tempo”) e Alcino Corrêa, o Ratinho (“Nasci pra música”).

“Mestiço” traz o que o nome promete – uma mistura de sambas com ritmos regionais, que traduzem a fé (e ou as muitas “fés”) do Brasil. “Bate tambor”, por exemplo, só dele, diz: “Bate caxambu no jongo, bate que sou seu erê”. “Contracorrente”, outra só dele, anuncia: “Preto, colorido, som silêncio”. É disco pra ser apreciado, ouvido e reouvido, em que há um bom casamento de melodias e letras, reforçadas pelo clássico - “Escurinho”, de Geraldo Pereira.

Ernesto já dividiu palcos Rio afora em grandes eventos públicos anuais como “Rio Folia” e “Réveillon Rio” com bambas como Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Nei Lopes, Arlindo Cruz e Almir Guineto, entre outros. É também um dos precursores do inicialmente “Pagode do Trem” e atualmente “Trem do Samba”, evento que concentra enorme público, onde se apresenta anualmente. Em São Paulo, já marcou presença na Fnac, no projeto "Samba de Bamba", no concorrido "Prata da Casa", do Sesc Pompeia e em vários shows pela capital e interior.

A participação em coros foi constante. Em 2001, gravou “Dorina.com”, da cantora Dorina. Em 2002, “Flores em Vida”, de Nelson Sargento, finalista no Grammy Latino. Em 2003, esteve em “Maxixe não é samba”, de Vó Maria, a viúva de Donga. Em 2004, em “Vida de compositor”, do excelente Wanderley Monteiro. . Em 2009 participou da gravação do CD de resgate “Roda de partido alto”.

Convidado por João de Aquino, cantou no lançamento do CD “Sabor”, do mestre, e em show que homenageava o grande Baden Powell, no Teatro Rival, em 2003.
Ernesto participou da revitalização da Lapa. No currículo, ostenta passagens por prestigiadas casas do bairro como Carioca da Gema e Rio Scenarium. Em 2003/2004 cumpriu temporada às sextas feiras no Sacrilégio, com grande sucesso de crítica e público, onde semanalmente contava com participações especialíssimas de gente como Xangô da Mangueira, Walter Alfaiate e Wilson das Neves.

Em 2005, interpretou o samba vencedor do 1º Festival de Sambas de Terreiro da Portela, "Voltei pra Portela¨, de Alcino Corrêa, seu parceiro Ratinho, e gravou-o em 2006, no CD desse grande compositor, "O rato sai da toca". No mesmo ano, gravou, de sua autoria, "Sem segunda, só primeira" (regravado agora em “Mestiço”) no CD “Roda se samba do Bip Bip”. Gravou ainda no DVD “Renascença Samba Clube” a sua "Lua", também relida em “Mestiço”.

Em 2006/2007, Ernesto cantou a história do samba numa série de grandes shows/documentários apresentados nos jardins do Arquivo Nacional, chamado "Arquivo do samba".  Em 2008, regravou "Lua" no CD "Melhores do samba", coletânea produzida pela parceria paulista da rede de lojas Frans Café com a Lua Discos.

Lançou seu segundo CD “Mestiço”, com sucesso de público e crítica em 09/11/2010 no Teatro Rival Petrobrás.

* Texto elaborado a partir de release feito por Marceu Vieira, em novembro de 2010.

Links disponíveis do CD Mestiço:

- Musicas, capa,encarte e fotos do lançamento no Teatro Rival/RJ: http://www.myspace.com/ernestopires  

- Crítica: http://www.revistamusicabrasileira.com.br/artigo/ernesto-pires-pra-alma-relaxar


Contatos:

Tel: 021 8111 7889 
Email: producaoernestopires@gmail.com

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